29 | julho | 2016

CNA celebra abertura do mercado americano de carne

 

Entidade considera que acordo com os Estados Unidos demonstra o reconhecimento da qualidade da carne brasileira

O vice-presidente da Confederação de Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), José Mário Schneider, disse nesta manhã que na quarta-feira, 27, em Washington, ocorreu a última conversa com as autoridades norte-americanas e o acordo para que o Brasil comece a exportar carne bovina in natura para os Estados Unidos foi selado.

A assinatura do acordo sanitário deve ocorrer nesta quinta-feira, durante a reunião do Comitê Consultivo Agrícola Brasil-Estados Unidos na capital norte-americana. Segundo Schneider, esse acerto é uma importante sinalização porque deve levar a novos acordos comerciais.

"Brasil e Estados Unidos são os dois maiores players na agropecuária no mundo e muitas vezes as nossas dificuldades são as mesmas. Nós já estamos caminhando num diálogo muito estreito para que a gente possa avançar e evoluir em nível global", disse, destacando que os dois países estão em processo de “conversação avançada” em outros setores também.

Schneider afirmou que não conhece profundamente o acordo em relação a quais Estados – que têm classificação livre de febre aftosa – poderão exportar para os Estados Unidos, mas ressaltou que independente do número de unidades da federação capacitadas o mais importante é que o acordo finalmente saia do papel. “O mercado americano é bastante exigente e mostra que nossa carne está no padrão top mundial”, disse.

De acordo com o executivo, a estimativa é de que as vendas de carne congelada comecem em até seis meses. “O importante é que já está liberado”, afirmou Schneider, que não soube destacar a estimativa de volume e receita que as exportações de carne congelada in natura para os Estados Unidos devem gerar ao Brasil. “Não há estimativa de volume, mas é uma sinalização importante”, disse.

Polêmica – A ex-ministra da Agricultura e presidente licenciada da CNA, senadora Kátia Abreu (PMDB-TO), escreveu há pouco no twitter que a abertura do mercado norte-americano para a carne brasileira estava em negociação desde a visita da presidente afastada Dilma Rousseff ao país, em 2015. A ex-ministra criticou o atual ministro das Relações Exteriores, José Serra, e disse que ele está tentando "produzir notícias na marra".

"Estávamos em fase de negociações dos certificados e habilitação das agroindústrias. Foi tudo assinado entre Obama e Dilma em 2015. É o fim da picada! Veículos que estão noticiando hoje noticiaram tudo ano passado. Em 2015 derrubamos todos os embargos à nossa carne no mundo. O chanceler quer produzir notícias na marra. Ou na graça", escreveu a ex-ministra.

 


Fonte : Estadão Conteúdo
Foto:Abiec