13 | fevereiro | 2017

Desmama bem-feita diminui estresse dos animais

Pesquisadora da Embrapa Gado de Corte dá dicas de como fazer um manejo que minimiza os efeitos colaterais dessa fase, tão complicada para os bezerros

 
“A desmama é sempre um processo que causa estresse nos animais”, afirma Alessandra Nicácio, pesquisadora da Embrapa Gado de Corte, “seja por conta do aspecto comportamental, de deixar o convívio da mãe, seja por conta do fator alimentar”. Para minimizar a perda de peso característica desse momento de transição, perda de imunidade e abertura a possíveis infecções, algumas medidas podem ser tomadas. Confira as dicas da pesquisadora:

Desmama precoce – Mais comum em sistemas intensivos, a desmama precoce é feita quando o bezerro tem entre 90 e 100 dias, estando com peso superior a 90 kg. Nessas condições, ele começa a receber suplementação ainda associada ao aleitamento. “E isso é positivo porque a mudança na alimentação acontece de forma gradual, dando tempo de o bezerro se acostumar com a ração”, afirma a pesquisadora.

Além do tradicional creep-feeding, em que é dado acesso somente aos bezerros a um cocho especial, ela cita a existência do creep-grazing – que consiste em cercar uma área dentro da invernada das vacas, com pasto de ótima qualidade, para colocar os bezerros. “Como na área se tem menos pisoteio e a recomendação é reservar um pasto de melhor qualidade, o creep-grazing é uma alternativa interessante para estimular o consumo de forrageiras”.

Desmama convencional – Admitindo que o criador opte por desmamar os animais da forma tradicional, isso pode ser feito após os seis meses de idade, quando os bezerros se encontram com peso na casa dos 200 kg.

Nesse caso, para minimizar o estresse com a separação da mãe e o fim do aleitamento, segundo a pesquisadora, a dica é apartar os bezerros das vacas, mas devolvê-los ao ambiente antigo. “Com um pasto bom e conhecido deles, o ideal é fazer uso também de vacas madrinhas”, diz Alessandra. Segundo ela, na proporção de 5 para 200 bezerros, essas fêmeas são suficientes para ajudar na ambientação dos animais. O modelo de desmama convencional rompe o contato entre a vaca e o bezerro.

Desmama racional – Opondo-se à alternativa anterior, pode ser feita ainda a desmama racional, que estimula o contato visual, auditivo e olfativo entre a matriz e a cria. Na Embrapa Pecuária Sudeste, o manejo vem sendo usado desde 2014, com a separação dos animais apenas por um corredor que divide os pastos

 

Fonte: DBO